A Tristeza chega. Nem bate a porta, apenas aloja-se em meu quarto, coloca as malas ao lado da cama e pergunta o que tem para o jantar. Sim, a tristeza talvez venha se tornando uma 'ini'amiga minha. Ela toma conta de tudo, quer mandar em mim, no que falo, penso, hajo, sinto... E minha única vontade é deixar ela tomar conta da casa e sair por aí, por um caminho que eu não queira mais voltar.
Aqui, apenas tenho compreensão das minhas lágrimas. Sempre que a tristeza chega tráz as lágrimas com ela. Bem... as únicas companhias que me entendem de verdade.
Sempre tento dialogar, acredite, me explicar, conversar, parecer uma pessoa gentil, mas nunca sou compreendida. Uma brincadeira, um olhar, uma entonação de voz, uma mensagem, uma carta, depoimento, recado, foto, um ação...Ninguém me entende, nem percebe que tenho sentimento. Será que é porque não sou daqui?
E agora, escrevendo, as lágrimas não caem dos meu olhos e tocam o chão sem nenhum barulho fazer. Elas caem do céu, de um lugar muito distante, talvez um lugar que as pessoas entendem quando estou triste e tentem fazer com que eu fique feliz. As lágrimas caem de Marte.
Não tenho como chegar em Marte, mas talvez no caminho tenha uma estrela na qual eu posso ficar sozinha, em paz com o mundo e comigo mesma. Um lugar que eu possa pensar nas minhas atitudes. Um lugar que eu possa me sentir verdadeiramente amada apenas com o toque dos ventos ou o barulho das ondas. Sim, o paraíso é logo alí.
Marte, um dia chegarei pra descobrir o amor incondicional, o qual eu seja entendida e tratada com carinho! E que eu só seja reclamada quando tiver motivo. E quando eu chegar, voltar eu não vou querer.